Screamboat: Terror a Bordo | Aceitar o ridículo é a melhor forma de aproveitar o terror trash

Às vezes, tudo que você quer assistir é um filme de terror de categoria B que tem como vilão um rato humanoide homicida. Por sorte, tenho a produção certa para você: Screamboat: Terror a Bordo!

Após tornar-se domínio público no início de 2024, Steamboat Willie — a versão original do Mickey Mouse — teve sua chance de virar vilão de filme slasher. Dirigido e co-escrito por Steven LaMorte (O Malvado – Horror no Natal), o longa-metragem ‘Screamboat: Terror a Bordo’ cumpre tudo o que se propõe a fazer. Não se leva a sério em momento algum, e essa é justamente sua maior força. Desde a primeira cena, o longa bebe da fonte do ridículo, e o humor absurdista é uma das partes essenciais da experiência.

O filme é ambientado na última balsa da noite em Nova York, onde passageiros e tripulantes são caçados por um rato impiedoso; e o que deveria ser uma travessia tranquila se transforma em um massacre sangrento. Parece o rato que nós conhecemos, mas não se engane, porque esse é muito mais perigoso. Cercados pela água e pelo medo, as vítimas precisam encontrar um jeito de sobreviver antes que seja tarde demais.

David Howard Thornton como Willie em Screamboat: terror a bordo
Créditos: Divulgação / Imagem Filmes

Como esperado, o filme é cheio de referências à Disney: o assobio original do curta-metragem ‘Steamboat Willie‘, personagens que claramente parodiam princesas famosas, flashbacks em cartoon, e até um aceno à Minnie durante a cena final. No som, instrumentais clássicos dignos de trilha musical de filme de princesa tocam durante as mais bobas cenas de morte — certamente o que mais me chamou a atenção.

O uso de efeitos práticos foi a melhor escolha que fizeram, especialmente para as mortes, a maquiagem e a roupa do Willie (David Howard Thornton). Tudo é propositalmente bobo e caricato, o terror aqui não é para assustar ou chocar, e sim divertir. É como uma enorme piada, como a cena em que uma personagem escorrega em um nariz decepado como se fosse uma casca de banana. O próprio personagem muda de tamanho em cada cena em que aparece, ora boneco, ora ator.

cena de screamboat: terror a bordo
Créditos: Divulgação / Imagem Filmes

O filme peca no ritmo, ficando extremamente arrastado em diversos momentos. A iluminação é terrível — tive que me esforçar para enxergar o que estava em cena várias vezes — e o diálogo é péssimo. As mortes são bem executadas justamente por conta dos efeitos práticos, mas nenhuma delas é memorável.

Um dos meus momentos favoritos em ‘Screamboat: Terror a Bordo’ foi a revelação facial do vilão, embalada por uma música clássica em uma escolha que eleva ainda mais o tom teatral e cômico da produção.

Então, se for assisti-lo, vá de coração aberto. Aproveite os maneirismos exagerados de David Howard Thornton (Terrifier) como Willie, as péssimas atuações de essencialmente todo mundo, a metalinguagem e o nonsense que só um filme trash de terror/comédia pode proporcionar.

Screamboat: Terror a Bordo estreia em 1º de maio nos cinemas. Assista agora o trailer do filme: 

Nota do Clube da Lutz: 1.5/5 + meia estrela pela diversão

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